Na extensão do conceito de escola enquanto organização complexa, sobressai
um ator por consequência da sua função: o líder e/ou os processos de liderança.
Esta aceção, no contexto de inovação, não compreende apenas a capacidade de dar
respostas tecnicamente certas às necessidades e aos problemas da organização
que lidera.
Nos processos de inovação, parece ser exigido ao líder uma atitude
estratégica, por vezes, não convencional, mas mais ousada com determinação.
Esta capacidade, associada naturalmente às competências técnicas, faz do líder
um instrumento, ao serviço da comunidade, facilitador da aprendizagem-ação, da
investigação-ação, da reflexão-ação e do investimento-ação, rumo à inovação.
Este percurso desenvolve-se e enraíza-se se a abertura for permanente, se os
diferentes atores forem envolvidos num bem organizacional comum – identidade –
contextualizado pelas características da sociedade envolvente.
A excelência e a inovação dependem, assim, da capacidade do líder de
pensar e de esclarecer estratégias de acordo com uma visão clara e objetiva e percecionada
por todos os que desenvolvem diferentes atividades na escola: pessoal docente,
pessoal não docente, alunos, encarregados de educação, etc. Desta forma, poderá
ser construída uma cultura sólida, alicerçada e balizada por valores – justiça,
liberdade, igualdade, cooperação, democracia, reciprocidade, etc. – que
promovam mudanças entendidas com naturalidade e com confiança.
A inovação vai enraizar-se na filosofia educacional da organização
escolar como fator essencial ao cumprimento da sua missão. Esta identidade, que
tem no líder o garante, propiciará, junto de todos os que integram a escola, um
ambiente de confiança para o desenvolvimento da criatividade, da comunicação e
da interação, onde a orientações centralizada e os limites de autonomia são
apenas uns dos elementos a ter em consideração.